quarta-feira, 28 de maio de 2014

Jovens como nós.

Vivemos num mundo esquisito. Estamos o tempo todo tentando fazer, sentir, viver. É tão estranho ver como as pessoas fazem isso.


A vida por si só já é uma batalha, cheia de escolhas e cicatrizes. Uma explosão, uma tempestade de sentimentos. É difícil sobreviver a ela. Em certa idade, queremos a liberdade, queremos sentir. Mas jovens como nós não são fortes o suficiente para tal explosão. Tampouco somos de vidro para resistir a uma tempestade. 

Somos papel. Rasgamos-nos, amassamos, estragamos. Jovens como nós não sobreviveriam a uma fogueira, somos o combustível. Somos páginas arrancadas, somos cartas perdidas. Somos tudo o que nunca pudemos ser.

Na verdade, jovens como nós não precisam de coordenadas para correr de uma tempestade. Jovens como nós seguem o vento. Seguem perfumes, seguem lembranças. Seguimos a nós mesmos, sem a menor pista de quem somos.

Jovens como nós estão rasgados, amassados, molhados, queimados, arrancados, perdidos. Jovens como nós não têm chão para firmar os pés, não têm mãos para segurar. 

Jovens como nós têm cicatrizes de fracasso. Temos cicatrizes de batalhas perdidas, temos lembranças dolorosas. 

Jovens como nós continuam seguindo o vento.

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