quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A arte da libertação

"Quando você ama alguém, tem que deixá-lo ir".

Clichê, mas verdade. Aprendi isso mais do que nunca agora, nessa época estranha de minha vida. Talvez seja porque estou amadurecendo e começando a ver a vida não com os olhos de uma criança, mas sim como ela é de fato.

Todo mundo, em algum momento, se dá conta que o mundo não é assim tão colorido. Guerras acontecem, mães perdem seus filhos, pessoas são diagnosticadas com câncer e diversas mortes são causadas pela intolerância do diferente. Com o tempo, percebemos que aqueles romances e filmes sobre o holocausto não eram apenas histórias para fazer o telespectador chorar; aquela era nada mais do que a realidade.

Mas do que quero tratar aqui não é dessa tal da realidade sofrida que nos circunda e muitas vezes se esbarra em nós, acidentalmente ou fatalmente. O que quero falar é sobre o reconhecimento do desapego. É difícil, e é real.

"Tem que deixá-lo ir". Essa frase que está em todos os filmes água com açúcar - que, por sinal, me fazem chorar rios - deixando-a cada vez mais clichê e repetitiva aos nossos ouvidos. O grande mistério escondido por trás dessas palavrinhas poéticas não é a libertação de seu amado, e sim de si mesmo.

Vai haver um momento em sua vida em que você perceberá que o mundo, afinal, não gira ao seu redor. E perceberá que as pessoas também não. Por mais que você as ame e seja amado de volta, você nunca estará acima dela mesma. Haverá um momento em que a pessoa fará algo que não o agrada, irá para longe, mas essa é a grande questão: você tem que deixá-la ir.

Seja aquele amigo que mudou de cidade, ou o filho que saiu de casa. Eles sempre te amarão. Mas assim como você segue sua felicidade, eles seguem a própria. A aceitação vem daquele frio na barriga ao ouvir "estou mais feliz aqui", dito por quem se foi. E então, você perceberá que não importa onde essa pessoa está: perto ou longe de você.

Você está feliz por ela.

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